terça-feira, 22 de outubro de 2013

A história da canção "Revolution 9".

"Revolution 9" é uma canção dos Beatles composta por John Lennon, creditada a dupla Lennon-McCartney, e lançada no Álbum Branco de 1968. Faz parte da imprensada trilogia que consiste no single lado-B de "Hey Jude", "Revolution," a versão blues "Revolution 1" e essa colagem de sons intitulada "Revolution 9."

Lennon inicialmente nomeou-a de "Number Nine Dream" ao invés de "Revolution Number 9". Esse nome se tornou o título de sua canção "#9 Dream" de seu disco solo, "Shaved Fish" de 1975.

A ideia veio a partir de uma versão estendida de "Revolution 1" que foi adicionada fitas em loop, música reversa e efeitos sonoros numa influência da música moderna de Karlheinz Stockhausen, Edgar Varèse, Luigi Nono, e John Cage que trás ainda técnicas de pane no estéreo e fading. Com um pouco mais de oito minutos é a canção mais longa do disco assim como de todaa a carreira dos Beatles.

A canção é creditada a Lennon/McCartney, porém é um trabalho basicamente de Lennon/Yoko que implementava a influência avant-garde nas composições de Lennon através de "Revolution 9."

Acreditando que a música era muito anti-comercial, mesmo apra uma canção Beatle, os outros integrantes, principalmente Paul McCartney, realmente tentaram ( sem sucesso ) convercer John a não colocar essa música no disco. Já que George Martin sempre admirou a música, chamando-a de "música do futuro".

"Revolution 9" começa com uma conversa entre George Martin e Alistair Taylor :

Alistair Taylor : ...garrafa de Claret para você se eu tivesse lembrado. Eu esqueci completamente, George, me desculpe.
George Martin : Bem, traga da próxima vez.
Taylor : Você me perdoaria ?
Martin : Hum... Sim...
Taylor : Você é uma graça.

Após uma pequena introdução de piano, uma voz em loop começa a repetir a palavra "número nove" possivelmente de um examinador de fitas da EMI. A frase entra em fade-in e fade-out durante a música inteira. Após isso vem o caos : microfonia, gritos, ensaios, fitas em loop, sirenes e etc.

Há ainda alguns pedaços de outros sons durante a música : "Carnaval" de Schumann e Beethoven, orquestra ao contrário tirado das sessões de "A Day in the Life," que pode ser considerada um precursor do "sample" usado mais tarde principalmente pelo rap, diálogos sem sentido entra Lennon e Harrison dizendo, "Não há regras para os loucos das empresas," Yoko dizendo "você ficou nu," vozes de um time de futebol americano gritando "bloqueiem a defesa !," e as 6:56 é possível ouvir o piano que poderia se a introdução de "While My Guitar Gently Weeps" tocada bem rápida, George Martin "Geoff, acenda a luz vermelha", com um eco pesado, um Mellotron tocado por Lennon ao contrário e outras frases como, Pegue isto irmão, deve te servir bem."

Em 30 de maio de 1968, os Beatles começaram as gravações do disco com "Revolution 1" e o take 18 acabou sendo a base crua de "Revolution 9."

Os trabalhos da canção começaram em 6 de junho, quando Lennon preparou 12 efeitos. Alguns deles ele mesmo fez e outros eram dos arquivos de Abbey Road. Em 10 de junho, enquanto Paul gravada "Blackbird" John ia tentando mais efeitos e técnicas.

Mas o dia mais significante da gravação foi no dia 20 de junho, quando Lennon usou os três estúdios e gravou fitas de um para o outro tudo ao vivo. Segundo Lenon em entrevista a Playboy em 1980 : "Todos aqueles tipos de barulho e sons estavam encaixados. Havia mais ou menos umas 10 máquinas com pessoas segurando os loops com lápis - alguns esticavam e outros afrouxavam os loops - Eu fiz os efeitos todos ao vivo de um estúdio para o outro. Até achar um que eu tivesse gostado."

"Yoko estava lá me ajudando em tudo e fazendo decisões sobre quais loops usar. Era algo sob sua influência, eu acho. Uma vez que eu ouvi suas coisas, como palavras sem sentido, sons de batimentos cardíacos e respiração eu fiquei intrigado... Então queria fazer algo assim. Gastei mais tempo nessa música do que em qualquer outra música que escrevi. Era uma montagem."

A canção teve que ser editada de 9'05 para 8'12, a fim de caber no último lado do último disco.


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